Conheça a história da cantora
e compositora que venceu as barreiras do medo e da timidez e hoje é um dos
nomes de referência da música gospel nacional
No
rosto, o desenho de um semblante meigo. No olhar, a timidez. No sorriso, a
característica que lhe acompanha até hoje: a generosidade. Esse é o quadro que
compunha a pequena Cristiane Ferr quando criança. Nascida no Rio de Janeiro, ela
é filha do senhor José Ferr e Maria Suely e irmã de Samuel Ferr.
Na
infância, foi uma criança mais contida, não foi daquelas que subia em árvores ou
aprontava demais: “Na verdade eu era um
pouco medrosa. Também acho que a timidez me impedia de aprontar”, relembra Cristiane
dando boas risadas. Sua mãe faz questão de dizer: “Minha filha não me deu muito trabalho.”
Já
na adolescência, o esporte passou a ser sua prática favorita. Tanto que jogou
vôlei, handebol, ping pong. Sem esquecer, é claro, das brincadeiras de rua, como “queimada” (jogo no qual não existe um número
específico de participantes e as regras não são muito rígidas, porém, o
objetivo é o mesmo: eliminar a equipe oposta utilizando a bola).
Na
escola, a timidez insistia em acompanhá-la. Cristiane foi daquelas que não
gostava de falar em público e jamais levantava a voz para fazer perguntas. E
por incrível que pareça ela tinha vergonha de ouvir a própria voz: “Se eu percebesse que todos estavam calados,
me ouvindo falar, eu travava na hora”, recorda.
Sem
dúvida, o medo e a timidez eram duas barreiras que Cristiane precisa vencer...
Mudança que gerou uma nova
história
Embora
tenha nascido no Rio de Janeiro, Cristiane não foi criada na cidade
maravilhosa. Com apenas três anos de idade, sua família mudou-se para São Paulo.
Depois, aos seis anos de idade, foram para Juiz de Fora, em Minas Gerais, onde
passou o restante da sua infância, adolescência e parte da sua juventude: “No início tive dificuldade com relação à adaptação
porque passamos por muitas lutas, especialmente, na área financeira. Mas com o
tempo, as coisas começaram a melhorar”, comenta.
Em
Juiz de Fora, foram morar ao lado de uma família que era evangélica. Foi assim
que, aos seis anos, Cristiane passou a frequentar a Escola Bíblica Dominical
(EBD) na 1ª Igreja Presbiteriana da cidade. E, consequentemente, aceitou a
Jesus como seu único salvador. A partir dali sua vida nunca mais seria a mesma...
Após
um período, os vizinhos mudaram-se e Cristiane perdeu o contato com a igreja. Mas
foi por pouco tempo! Naquela época, sua mãe tinha envolvimento com outra
religião e de vez em quando passava por algumas crises, chegando a entortar
completamente o seu corpo: “Nessa fase, lembro-me
que abria a Bíblia no Salmo 91 e começava a ler em voz alta até ela melhorar”,
conta Cristiane.
Cansada
daquela vida, um dia sua mãe perguntou se ela sabia chegar à igreja que os seus
vizinhos a levavam. Ela respondeu que “sim”. Mesmo tão novinha Cristiane levou
sua família para a igreja: “E olha que
tínhamos que pegar dois ônibus diferentes e ainda andar um tanto... Mas como
valeu a pena! Pois minha família recebeu a Cristo como Salvador e ali servimos
a Deus por muitos anos”, lembra.
Sua
mãe foi curada das crises e Cristiane passou a viver um novo tempo em Deus...
O chamado ministerial
Aos
13 anos de idade, Deus começou a moldar o ministério de louvor na vida de Cristiane
Ferr. Parece cômico dizer, mas naquela época ela era totalmente desafinada e
sem ritmo. Mas por meio de uma experiência particular com o Senhor, Cristiane aprendeu
e desenvolveu o canto: “Comecei a fazer
solos, me destacando sempre em cantatas, corais e grupos de louvor. Creio que,
em um primeiro momento, me destacava não pela voz, mas pela postura. Apesar da
timidez, eu já tinha postura de uma pessoa que tinha chamado de Deus nessa área”,
conta.
O
seu primeiro solo foi com uma canção do Grupo Águas, “Quero servir-te, Senhor”, cujo coro era: “Pois eu sou um
jovem / E é teu meu coração /
Pois minha juventude / É para te servir [...].”
Além do Grupo Águas, Cristiane gostava de
cantar as músicas dos grupos Milad e Logos, e de muitos outros que faziam
sucesso naquela época.
“Lembro-me de uma noite em que cantei ‘Portas
Abertas’ do Grupo Logos e, para a glória de Deus, a igreja toda foi tomada de unção,
muitos choraram, inclusive, eu! (Risos.)
Ali eu comecei a entender o ministério de cura interior que Deus havia me dado”,
ressalta.
Logo depois,
Cristiane passou a se destacar em cantatas de coral. Recebendo sempre a
oportunidade de ser a solista principal: “Percebo
a honra de Deus em tudo na minha vida”, reconhece.
Foi nessa época também
que ela perdeu o medo e a timidez de cantar sozinha, ganhando assim a confiança
do público. E não parou mais. Participou de vários festivais de música na
cidade de Juiz de fora, onde morou a maior parte de sua vida, sendo, muitas
vezes, premiada com o primeiro lugar. Participou também do FESTGOSPEL no Rio de
Janeiro, promovido pela Rádio Melodia, uma das maiores audiências no segmento
evangélico, sendo premiada com o primeiro lugar em meio a mais de 700
candidatos.
Além
de cantora, o Senhor deu a Cristiane o dom de compor. Sendo hoje compositora da
MK Music, também conhecida por seu antigo nome MK Publicitá. Uma das maiores
gravadoras de música gospel nacional fundada na década de 80, pertencente ao
Grupo MK de Comunicação.
Vários
cantores de renome no mercado gospel já gravaram canções de autoria de Cristiane
Ferr. Entre eles, Michelle Nascimento, Sérgio Marques e Marquinhos, Liz Lanne,
Eyshila, Fernanda Brum, Marina de Oliveira, Voices etc.
“Inclusive, o novo CD de Gisele Nascimento,
que vai sair pela MK, terá como Título ‘O sonho não acabou’ que é uma canção
minha composta em parceria com o amigo Sérgio Marques”, antecipa Cristiane
que também já participou de vários CDs como backing
vocal, destaque para as cantoras Fernanda
Brum e Marina de Oliveira e a dupla Rayssa e Ravel: “Atualmente, devido ao ministério, só faço back quando me sobra um tempinho,
pois procuro priorizar o meu ministério”, explica.
Projeção nacional
O trabalho foi
crescendo e Cristiane ficou conhecida nacionalmente. Hoje a cantora da voz doce
e marcante dispõe de uma discografia com oito álbuns: “Valeu a pena esperar” (1997), “Serei
fiel” (2002), “Deus muda a história”
(2004), “Santificação” (2006), “10 anos sobre a rocha” (2007), “Collection” (2008), “Alegria” (2010) e “Pérolas – Voltando ao primeiro amor” (2012).
Todo esse legado
ajudou a escrever a caminhada de Cristiane na música evangélica nacional. Sem
contar que muitas foram as pessoas que contribuíram para a sua trajetória de
sucesso. Cristiane não se esquece dos primeiros passos e sempre ressalta que todas
as pessoas que a ajudaram na sua formação musical são muito importantes em sua
vida. Alguns cantores influenciaram de perto o seu ministério, tais como:
Marina de Oliveira, Fernanda Brum, Cristiane de Carvalho, Melissa, Cristina
Mel, Altos Louvores, Marquinhos Gomes e Sérgio Lopes.
Atualidade
Hoje
Cristiane é membro da Igreja do Evangelho Quadrangular, no bairro Santa Helena,
na cidade de Contagem, em Minas Gerais. Seu sogro, Raimundo, é o pastor auxiliar
da igreja. Cristiane é casada com Emerson Blank. Ela o conheceu depois que se
mudou para Contagem: “Conheci meu esposo
em 2011, namoramos um ano e um mês e nos casamos em 12 de setembro de 2012, no
dia do meu aniversário”, conta Cristiane que também é mãe de Davi (13).
Ao
longo dos mais de 15 anos de carreira, Cristiane tem vivido na dependência
total de Deus: “O meu desejo é que a
minha música sirva de transformação nas igrejas e na vida das pessoas. Se não
for essa a importância, de nada servirá”, comenta.
O
resulto não podia ser outro. Muitos frutos colhidos para Cristo por meio de
suas canções: “A minha maior alegria é
ver vidas se rendendo a Cristo, é ver afastados da fé voltando para a Casa do
Pai, é ver famílias destruídas sendo restauradas. Foi para isso que Deus me chamou”,
ressalta.
Esta
é Cristiane Ferr. Resultado talento e unção que marca todos os seus trabalhos.
A cantora e compositora tem construído sua história na música gospel nacional
com canções que falam do amor de Cristo, levando o público à comunhão com Deus.
Para
finalizar, ela deixa uma mensagem especial ao público: “A melhor coisa que existe é
servir a Deus e agradá-lo. Em todas as áreas da sua vida, procure saber se você
está agradando ao Senhor Jesus. Não importa se cantando, pregando, dançando
etc. O que importa é que devemos servi-lo com excelência e precisamos ter a
certeza se é isso que o Senhor Jesus quer de nós.”
Por Ana Paula Costa